Chamado impulsiONar, o programa promoverá a conexão entre as redes de educação, organizações sociais e edtechs (startups de educação) para desenvolver soluções pedagógicas e digitais

A educação brasileira foi amplamente impactada pela pandemia, principalmente pelo fechamento das escolas físicas, o que trouxe importantes reflexos na aprendizagem dos estudantes. O desafio da educação, e sobretudo das redes públicas de ensino, atualmente, é oferecer soluções para reduzir defasagens de aprendizagem, aumentar o interesse dos estudantes e mantê-los na escola, mesmo com aulas não presenciais. O impulsiONar é uma iniciativa da Fundação Lemann, Imaginable Futures – organização filantrópica internacional focada em aprendizagem – e BID Lab, braço de inovação do Grupo Banco Interamericano de Desenvolvimento, e realizado por Quintessa e Instituto Reúna. O programa se propõe a oferecer soluções pedagógicas e tecnológicas para as redes municipais brasileiras para reduzir e prevenir lacunas de aprendizagem em Língua Portuguesa e Matemática de estudantes do 6º ao 9º ano. 

As soluções do programa serão construídas a partir de um modelo pedagógico, com o apoio de organizações educacionais que oferecem serviços de implementação, formação de professores e gestores, e recursos educacionais tecnológicos, considerando a metodologia do ensino não presencial. O principal objetivo do impulsiONar é conectar empresas de tecnologia que atuam com educação – as edtechs – com as redes públicas e as organizações de implementação e formação para desenvolver e multiplicar soluções pedagógicas e digitais. Atualmente, existem no Brasil 449 edtechs ativas, mapeadas no StartupBase. 

Para isso, será lançado um edital com inscrições até 25 de junho de 2021 para seleção de organizações de implementação e de formação, que devem indicar redes de ensino públicas para participar da seleção. Serão aprovadas organizações que atendam aos critérios de seleção e que também tenham redes indicadas aprovadas no processo seletivo. O programa será implementado, inicialmente, em seis redes municipais de ensino. Serão aceitas indicações de todo o Brasil, com o objetivo de que 50% das redes sejam do Norte e/ou Nordeste.  No segundo semestre de 2021, será feita a chamada para as edtechs, cujo processo seletivo será conduzido pelas Redes de Ensino. 

A iniciativa se dá em um contexto especialmente desafiador para a educação brasileira: em 2020, durante a pandemia da Covid-19, triplicou o risco de abandono escolar e o índice de aprendizado caiu 72,5%, segundo um estudo organizado pelo BID com alunos da rede estadual de São Paulo. Em outras regiões do país, estima-se que os impactos sejam de magnitude similar. 

Para o BID, esta iniciativa demonstrará, na prática, o poder da digitalização e da inovação no enfrentamento de questões latentes na região e exacerbadas pela pandemia, como é o acesso à educação. É esse, inclusive, um dos pilares da Visão 2025 – estratégia do Grupo BID para apoio à recuperação econômica da América Latina e Caribe. “Muitas vezes pensamos em tecnologia e inovação como exclusividade de escolas caras, quando a realidade é que essas novas ferramentas podem, justamente, oferecer saídas custo-efetivas úteis para todos, inclusive para os alunos mais carentes. Nossa parceria com a Fundação Lemann, referência em educação, e com a Imaginable Futures, destaque no ecossistema de inovação, permitirá justamente democratizar o uso dessas soluções”, afirma Morgan Doyle, representante do Grupo BID no Brasil.  

“Precisamos de ações concretas em 2021, pois temos um risco alto de evasão escolar e dificuldade de aprendizagem dos estudantes com o ensino não presencial. Em uma pesquisa que encomendamos ao Datafolha, 73% dos educadores disseram que vão utilizar mais tecnologia no ensino do que usavam antes da pandemia. Ou seja, a tecnologia veio para ficar na educação e pode nos ajudar a reverter o quadro de defasagem de aprendizagem dos estudantes com a pandemia”, diz o diretor executivo da Fundação Lemann, Denis Mizne.

“Acreditamos na força da inovação e da ação coletiva para enfrentar o desafio da crescente desigualdade na educação no Brasil, acentuado pela pandemia. Estamos animados com o lançamento do programa impulsiONar pela colaboração entre startups, secretarias de educação e educadores para enfrentar o desafio da defasagem juntos. É um programa importante também para consolidar a nossa parceria com a Fundação Lemann e BID para suportar o ecossistema de inovação no Brasil”, diz Fabio Tran, Venture Partner da Imaginable Futures.  

“Para o Quintessa, que acelera startups de impacto (incluindo edtechs) há 12 anos, o impulsiONar é uma grande oportunidade de conectar estas soluções inovadoras a uma pauta pública urgente. É uma iniciativa inédita para nós e com o maior potencial de geração de impacto positivo na educação. Neste projeto, o nosso papel é facilitar a conexão entre todos os atores envolvidos, oferecendo nossas metodologias e expertise para a implementação do programa”, diz Gabriela Bonotti, Diretora do Quintessa.

Juntos, BID Lab, Fundação Lemann e Imaginable Futures investirão US$ 2,36 milhões (cerca de R$ 12,4 milhões) no impulsiONar, dos quais US$ 700 mil são doados pelo BID Lab e US$ 1,66 milhão aportados pela aliança formada entre a Fundação Lemann e a Imaginable Futures. Os recursos serão empregados em iniciativas que promovam o uso de tecnologia e inovação nas escolas públicas e na construção de modelos que poderão ser replicados pelas redes municipais e estaduais em todo o país. 

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Na 2ª temporada do Podcast Ponto de Ebulição, os episódios finais contaram com a participação especial de alguns participantes do programa impulsiONar para discutir como podemos impulsionar a educação pública brasileira por meio da filantropia e de programas inovadores.

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